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Piometra em Cadelas

Escrito por Silvia Schultz - Médica Veterinária - CRMV - RS 12750.

A piometra é uma infecção uterina que se desenvolve sob a influência da progesterona. É caracterizada por ser uma infecção uterina bacteriana com presença de exsudato muco-purulento no lúmen uterino e ocorre no endométrio que sofreu hiperplasia cística em decorrência de uma estimulação prolongada de hormônios. A Escherichia coli é o microrganismo mais comumente isolado.

Epidemiologia:

A piometra é uma importante e comum doença em cadelas adultas e não castradas, provavelmente é a doença mais severa do útero e é responsável por um índice elevado de mortalidade quando não diagnosticada precocemente.

Acomete quase um quarto de todas as cadelas inteiras antes de chegar a 10 anos de idade, mas comumente em cadelas de sete a oito anos. Após os nove anos a prevalência da infecção pode chegar a mais de 60% e antes dos seis anos o aparecimento está relacionado com a administração de progesterona ou estrógeno.

Cadelas nuliparas apresentam riscos moderadamente aumentados no desenvolvimento da piometra, em relação a animais primíparos ou multíparos. Outros fatores predisponentes incluem ciclos estrais irregulares e pseudociese. Os animais mais velhos são mais predispostos e não há predileção por raças, mas SMITH (2006) percebeu uma maior incidência em Golden Retriever, Schnauzer, Terrier Irlandês, Saint Bernard, Airedale Terrier, Cavalier King Charles Spaniel, Rouggh Collie, Rottweiler e Bernese, Cocker Spaniel.

Sinais clínicos:

As manifestações se associam com a liberação de toxinas bacterianas e sepse e variam de acordo com a condição da cérvix. As manifestações clínicas clássicas da piometra são poliúria, polidipsia, vômito, diarréia, letargia, desidratação, depressão, anorexia/inapetência e aumento do volume do útero, facilmente palpável. A temperatura corpórea é variável, freqüentemente está normal, mas pode apresentar um aumento por causa da infecção bacteriana secundária, septicemia ou toxemia. Um corrimento vulvar purulento está presente nos animais com piometra do tipo aberta.

Quando a cérvix esta fechada, não ocorre nenhuma secreção e o útero fica grande e pode causar distensão abdominal. A conseqüência de uma piometra de cérvix fechada é septicemia, pois acumula grande quantidade de pus dentro da luz uterina e tende a tornar os animais mais deprimidos e intoxicados. Em caso de septicemia ou toxemia, as principais manifestações são taquicardia, preenchimento capilar prolongado, pulso femoral fraco e temperatura retal reduzida.

Diagnóstico:

De acordo com Alexandrino (2010), O diagnóstico da piometra é feito baseado na história, sinais clínicos e resultados de exames. O resultado do hemograma geralmente é compatível com infecção (aumento de células de defesa) podendo revelar anemia em casos crônicos. Os exames bioquímicos de função renal e hepática podem indicar envolvimento destes órgãos, principalmente alteração renal causado principalmente pela liberação de toxinas pelas bactérias do útero.  Radiografia e ultra-sonografia abdominais também são importantes na confirmação do diagnóstico.

Tratamento:

Alexandrino (2010) afirma que o tratamento da piometra deve ser imediato e agressivo, pois se trata de uma doença potencialmente fatal. Após estabilização da cadela ou gata com fluídos intravenosos e antibióticos, o tratamento definitivo pode ser efetuado. A cirurgia de ovariohisterectomia (remoção de útero e ovários) é o tratamento de escolha, sendo o mais seguro e eficaz, pois remove imediatamente a fonte do problema.

Referências Bibliográficas:

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